terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Notícias


Os meses de dezembro, janeiro e o início de fevereiro foram meses interessantes para mim. Coisas interessantes aconteceram e ainda estão acontecendo... Responsabilidades, grandes responsabilidades... afinal de contas, quase cuidei da minha avó sozinha... Mas graças a Deus, Jeová, Javé, seja lá qual for a denominação que você, caro leitor, dê a essa força sobrenatural, superior, cósmica que criou e/ou move todas as coisas e seres deste universo, dei conta do recado e ela está bem melhor... mais expressiva, conversando e interagindo conosco... Estou feliz com isso, satisfeita. Sensação de dever cumprido, de obrigação realizada. Melhor que isso é a consciência de ter feito minha parte. Acho que pode-se chamar isso de tranqüilidade também.
Saí muito nessas férias... fui ao teatro, estive mais próxima dos meus amigos, conheci novas pessoas, novos lugares, novos ambientes, recebi propostas incandescentes, decentes, indecentes e indecorosas... talvez por força dos ambientes, do álcool, das índoles, do caráter, do comportamento... mas
nem sempre o alheio é influenciado por quem não está ‘alheio’... podemos encarar isso de uma maneira piedosa, com compaixão, dó ou, se preferir, encarar isso de uma forma mais positiva (na minha humilde opinião, esta é a melhor alternativa), enaltecendo o direito que temos (supostamente) de escolher nossos caminhos... caminhos estes que podem ter volta ou ter várias encruzilhadas que nos mete medo de seguir adiante, confiante... afinal de contas, sabemos que existem caminhos sem volta. Tropeçar faz parte da caminhada, mas as quedas podem nos conduzir a uma reflexão, a uma capacidade de discernir melhor acerca da forma como conduzir nossos passos, nossa marcha, nossa velocidade, nosso ritmo. E sofrer faz parte do processo... do aprender. Mas o arrependimento torna tudo mais doloroso, mais difícil, mais longo... o arrependimento torna mais potente o sofrimento.
A luz no fim do túnel, essa certeza inviolável de que tudo passa, de que melhores dias virão, a esperança de voltar a sorrir, de ter a felicidade reinando no coração e a tranqüilidade na consciência tem de ser valorizada em todos os momentos e restaurada naquelas pessoas próximas a nós, SEMPRE! A auto-estima é fundamental.
Estou num momento muito feliz da minha vida... e bastante pensativa quanto a tristeza de dois grandes amigos, que estão atravessando uma fase difícil... quero muito restabelecer neles essa confiança de que no final, tudo vai dar certo e a importância de se aprender com o sofrimento sem esquecer de se manter otimista quanto ao desfecho das circunstâncias. Aliás, isso me lembra uma frase que li há alguns anos e que jamais esqueci da Maria Helena Matarazzo que diz o seguinte:

“Aprende-se mais em dez dias de agonia do que em dez anos de felicidade”.

E pra finalizar, mais um comentário. Sobre o título desse pequeno texto... resolvi escrever depois desse tempo todo, apesar de ter pensando em vários outros aspectos a serem comentados que, posteriormente estarei publicando, por causa da notícia, ou melhor, das notícias que vi no noticiário hoje. Vi no Jornal Nacional o depoimento da mãe que teve seu filho arrastado por quatro quarteirões por bandidos... aquilo mexeu comigo. Quanta atrocidade! Fui tomada de uma tristeza, de uma desesperança. E veio uma vontade de chorar... imaginar a agonia dessa criança, o desespero dessa mãe... a única coisa que me passou pela cabeça foi a seguinte pergunta: “Como o ser humano pode ser tão perverso?” A mãe pede justiça. Em seguida, especialistas falaram sobre como evitar crimes dessa natureza praticados por menores... Muitas teorias, muitos pareceres.. todos com razão, todos com fundamento e o mais importante nisso tudo que seria a ação, é a coisa mais escassa. Falta atitude, falta vontade, falta movimentação, falta mobilização e sobra comodismos e teorias... Eu não gosto mais de ver televisão. É um mundo de mentiras, de fantasias... me entristece ver apenas noticiados crimes, bandidagem e os ‘gols do campeonato brasileiro’... Me pergunto: “Será que as ONGs não estão sendo criadas e obtendo resultados, êxitos com suas ações?”, “Será que brasileiros que conquistaram vitórias não merecem reportagens ou programas especiais?”. Estou aqui me atrevendo a dizer que os jornalistas não fariam mal algum ao pensarem as notícias a serem divulgadas... Creio que prestariam um enorme serviço informando que existem pessoas de boa vontade trabalhando para um mundo melhor e estimulando a solidariedade nos outros... É isso!


Fica aqui um trecho da canção do Renato (que deixei de ouvir há muito tempo por causa da extrema melancolia das letras) que traduz muito bem o que senti ao saber do que aconteceu com esse garotinho.




"Gostaria de não saber destes crimes atrozes
É todo dia agora e o que vamos fazer?
Quero voar p'ra bem longe mas hoje não dá
Não sei o que pensar e nem o que dizer
Só nos sobrou do amor
A falta que ficou."


Os anjos (Dado Villa-Lobos e Renato Russo).