sábado, 8 de março de 2014

"...O medo é como um laço que se aperta em nós.."

     O título é uma frase de uma canção interpretada pelo Lenine. Não sei exatamente se a autoria é dele também.

      Há muitos anos atrás, quanto estava com uns, sei lá, 10 anos de idade, surgiu o questionamento sobre o medo. Não me recordo das circunstâncias ou pessoas. Não lembro desses detalhes. Mas lembro da pergunta. Os indivíduos envolvidos (provavelmente crianças) responderam ao questionamento relacionando a fauna. Medo de cães, ursos... seguindo aquela linha, respondi que tinha pavor de cobras. Mas no íntimo, aquela pergunta feita foi em meu âmago. A simples resposta sobre o medo de um animal era tão superficial que nem tive a preocupação de permanecer no debate. Saí e esqueci aquele tema.... pelo menos, ele ficou adormecido.
     Um tempo depois, numa conversa entre minha mãe e uns convidados (do mesmo modo que anteriormente, não lembro absolutamente quem eram as pessoas) surgiu essa questão: "Do que você tem medo?". 
     Se tratando de adultos, dessa vez, as respostas tiveram uma abordagem com uma característica diferenciada. Alguns falaram do medo de adoecerem, outros de perderem seus pais ou filhos. Eu lembro que a resposta da minha mãe foi sobre o medo de envelhecer. Claro que imagino que depois de tanto tempo isso tenha sofrido modificações, no entanto, naquela época eu achei estranhíssima a resposta uma vez que, quem não envelhece é porque morre cedo.
     Quando chegou minha vez de responder, disse que meu maior medo era o de olhar para trás e me arrepender de algo que não fiz.
     Hoje, o meu medo é quase o mesmo. Mudou um pouco a perspectiva. O medo é o de ter perdido ou desperdiçado meu tempo, que acaba se traduzindo, de certa forma, num arrependimento também. E, infelizmente, isso é algo que não se pode voltar atrás. Desconfio que já tenha ocorrido ou que esteja ocorrendo e não sei direito, nesse momento, como lidar com isso agora... 



     

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