sábado, 8 de março de 2014

Introspecção...

     Estava escrevendo uma carta, depois de muitos e muitos anos sem fazer isso. Não é uma novidade o que segue, mas me surgiu o devaneio de ir beber umas cervejas num bar com umas boas companhias. A questão que surgiu foi: quais/quem seriam essas companhias? Hoje me considero alguém sem amigos próximos. Os poucos estão distantes, ocupados...
     A solidão existe e é uma bobagem negá-la. Boas companhias? O que seria uma boa companhia nesse mar de pessoas interesseiras, invejosas e em alguns casos/circunstâncias perversas?
     Fundamental seria uma ou duas companhias que além de ser(em) boas, me fizessem bem e vice-versa. E isso aqui não é uma referência a um "homem" na condição de namorado, noivo ou esposo. Nada disso.
     Apenas alguém para estar ao lado, sem falar sobre dores, dissabores, alguém pra compartilhar e comungar da cumplicidade do silêncio. Esquecer momentaneamente as convenções que nos acorrentam e não nos permitem viver intensamente nossos gozos, nossas frustrações, êxitos e medos.
     Permanecer, mesmo que temporariamente, suspensa disso tudo é só meu desejo. Não é por tristeza, não é por frustração. É apenas cansaço.
      Devo precisar de um pouco de férias... Férias do mundo.


"...O medo é como um laço que se aperta em nós.."

     O título é uma frase de uma canção interpretada pelo Lenine. Não sei exatamente se a autoria é dele também.

      Há muitos anos atrás, quanto estava com uns, sei lá, 10 anos de idade, surgiu o questionamento sobre o medo. Não me recordo das circunstâncias ou pessoas. Não lembro desses detalhes. Mas lembro da pergunta. Os indivíduos envolvidos (provavelmente crianças) responderam ao questionamento relacionando a fauna. Medo de cães, ursos... seguindo aquela linha, respondi que tinha pavor de cobras. Mas no íntimo, aquela pergunta feita foi em meu âmago. A simples resposta sobre o medo de um animal era tão superficial que nem tive a preocupação de permanecer no debate. Saí e esqueci aquele tema.... pelo menos, ele ficou adormecido.
     Um tempo depois, numa conversa entre minha mãe e uns convidados (do mesmo modo que anteriormente, não lembro absolutamente quem eram as pessoas) surgiu essa questão: "Do que você tem medo?". 
     Se tratando de adultos, dessa vez, as respostas tiveram uma abordagem com uma característica diferenciada. Alguns falaram do medo de adoecerem, outros de perderem seus pais ou filhos. Eu lembro que a resposta da minha mãe foi sobre o medo de envelhecer. Claro que imagino que depois de tanto tempo isso tenha sofrido modificações, no entanto, naquela época eu achei estranhíssima a resposta uma vez que, quem não envelhece é porque morre cedo.
     Quando chegou minha vez de responder, disse que meu maior medo era o de olhar para trás e me arrepender de algo que não fiz.
     Hoje, o meu medo é quase o mesmo. Mudou um pouco a perspectiva. O medo é o de ter perdido ou desperdiçado meu tempo, que acaba se traduzindo, de certa forma, num arrependimento também. E, infelizmente, isso é algo que não se pode voltar atrás. Desconfio que já tenha ocorrido ou que esteja ocorrendo e não sei direito, nesse momento, como lidar com isso agora... 



     

Por uma Ética com Base Afetiva no Self e a Religião Como Máquina de Produção de Hipocrisias

Observação: O texto a seguir é de autoria de um grande amigo, Frederik dos Santos, que em sua generosidade, cedeu o texto para ser publicado no blog. Enjoy!


Se a ética não parte do afeto que você sente, então ela é baseada em um equilíbrio instável e pode desmoronar a qualquer momento.
Tomemos dois diferentes tipos de comportamentos como referência, o de um psicopata e de um indivíduo numa fase egóica. O primeiro, conhece as regras de alguma ética social e pode até viver relativamente bem em sociedade como um "ator", representando os comportamentos que o fazem ser aceitos em sociedade. Ele pode ter uma outra vida privada em que pratica as maiores atrocidades que alguém possa imaginar contra a vida e dignidade alheia. No entanto, fazer mal ao outro não o afeta. Por outro lado, existem indivíduos que vivem frequentemente numa fase egóica, em que só aquilo que o afeta lhe interessa. Inicialmente, do ponto de vista prático e superficial, seu comportamento é quase igual ao do psicopata, mas difere deste por várias razões, um ato egóico na idade adulta é muitas vezes público, nem sempre é cruel ou exagerado, e na maioria das vezes, é algo pontual na história de vida de um indivíduo. Se ele estiver vivendo de fato a idade adulta, acessos a traços comportamentais típicos da idade infantil serão disparados por fatores externos. Enquanto que a psicopatia é uma doença mental que acompanha a identidade do indivíduo. A diferença quanto ao grau de crueldade é bem relativa, mas podemos afirmar sem qualquer sombra de dúvida que não existe um ato que um indivíduo psicopata (tal como um serial killer) possa cometer em que um indivíduo considerado não-psicopata também não cometa. Tudo depende das circunstâncias e de seu autocontrole. A história nos mostra que quando um sujeito egocêntrico chega ao poder, é capaz das maiores atrocidades sem qualquer remorso. O que separa o indivíduo egocêntrico dos seus atos de crueldade é a brutalidade da lei e da força de indivíduos que o possam impedir. A fase egóica é uma fase muito presente nos primeiros anos da infância. Não é à toa que as crianças são capazes de atos cruéis com seus pares. O que separa uma criança de atos com alto nível de crueldade? A ignorância, a ingenuidade e o controle por parte dos adultos. No entanto, algumas situações sociais levam os adultos a revisitarem seu estágio infantil, tais como, o abandono, o ciúmes, a paixão, etc. Quando a falta de afeto ocorre na infância, traumas podem ocorrer e atos semelhantes ressuscitam em nós comportamentos egóicos. Nem sempre este estado nos leva a cometer crueldade, porém não espere que alguém que esteja em tal estado se coloque no lugar do outro, sendo assim, esta pessoa poderá cometer atos que não leve em conta o sentimento alheio. O tamanho de sua cegueira afetiva quanto ao outro é proporcional ao tamanho do trauma e de seu autocontrole.

Um indivíduo com boa saúde mental é capaz de ser ético, pois é afetuoso e se coloca no lugar do outro, exerce sua empatia. Bem ou mal, lidamos com aquilo que nos afeta, gerenciamos nossa vida em torno disso. Administramos nossa vida de forma que minimizemos nossa dor e sofrimento em nós e nos outros, mas o afeto no outro, antes de tudo é algo que me afeta, pois a dor do outro me incomoda. Portanto, o afeto é um ótimo candidato para se fundamentar toda a ética. Seria uma forma de proteger a nós mesmos e aos outros. Se um ato direcionado a mim não me afeta, então este não teria reprovação alguma, mas se eu direciono este mesmo ato ao outro e isto o afeta, então isso deveria me afetar também. Não seria este um fundamento viável aos atos éticos? Assim, não estaríamos presos as regras de uma moral, uma educação ética baseada nesta perspectiva seria focada em ensinarmos nossos filhos a se importarem com os outros, com os sentimentos alheios tanto quanto os sentimentos próprios e nada mais. Isso envolve estimular os jovens a refletirem sobre suas próprias ações e suas consequências. Algo que não é trivial, mas todo pai e mãe deveria enfrentar este desafio de frente e corajosamente. Ensinar a amar ao próximo como a ti mesmo (uma simetria entre o outro e o self – o eu) é tão importante quanto a autorreflexão sobre a consequência de seus próprios atos.
Ensinar através de regras produz variados e enormes problemas:
(a) Quando as regras e leis, sem carga afetiva, são impostas sem qualquer tipo de reflexão críticas sobre elas, formamos pessoas submissas e dependentes da autoridade alheia para agir. Compromete qualquer educação que estimule a autonomia, a autoestima e a autoconfiança.
(b) Quando se forma o indivíduo através de regras e leis e se estimula a reflexão de tais regras e leis, corremos o risco de formar indivíduos que discutem a sintaxe e a lei como objeto, mas se esquecem de refletir sobre seus próprios atos e suas consequências afetivas. Mesmo relativizando a sua interpretação, o juízo sobre meus atos é dado pela avaliação de uma lei que é a minha principal referência, ou seja, temos um agente externo como referência. Não confiamos em nossa própria avaliação.
A existência de regras e leis morais é um atestado de nossa incompetência em se construir uma educação ética centrada no afeto próprio com empatia, e que previna ações pontuais exageradas fruto de acesso a estados traumáticos, ou seja, que nos ensine a lidar com a dor, a frustração e as decepções. As leis deveriam ser aplicadas apenas a indivíduos com diagnóstico de psicopatias graves que inviabilizariam a vida em sociedade.
O cristianismo (e outras religiões) é uma máquina de produção de hábitos hipócritas.
É comum ver pais cristãos e outros religiosos ensinarem seus filhos a fazerem ou não fazerem certo ato porque certo mandamento (que expressa a vontade de Deus) o proíbe. Alguns acreditam que podem ensinar de forma mais amorosa ao dizer que tal coisa deixará Jesus ou Deus triste ou magoado, quando deveriam dizer que tal ato magoaria os pais, e com o tempo deveriam estimular seus filhos, desde os primeiros anos em que adquirem desenvoltura na fala, a se colocarem no lugar do outro pois assim tomariam um ato contra o outro como um ato contra si mesmos.
Assim os cristãos estimulam a se construir uma educação ética descentrada do afeto próprio com empatia com sua ética teocêntrica. Tal postura entra em choque direto com qualquer perspectiva humanista em que se estimula a autonomia e o equilíbrio interno. Sem o encorajamento a um autoconhecimento afetivo, não somos levados a buscar uma autoconsciência de nossos atos de maneira mais abrangente e plena e muito menos de suas consequências. Discursamos de uma maneira que não condiz com nossos atos porque no campo da fala, impera as regras compartilhadas e impostas por um grupo social, e segui-las é quase condição sine qua non para ser afetivamente aceito pelo grupo (mas não necessariamente pelos indivíduos). Porém, no campo das ações e falas não-refletidas ou impulsivas regem as forças que nos afetam, dos desejos e carências, muitas vezes reprimidas pelas regras imperativas e impostas. São momentos que nos expressamos para além das aparências e do controle moral. Quanto mais o cristianismo reprime e constrói regras deslocadas da base afetiva no self (ou seja, no eu), mais veremos uma distância entre intenção e gesto, ou seja, hipocrisia.

domingo, 2 de março de 2014

Quem é responsável pelos seus atos?

     Eu estava essa semana conversando com minha mãe. Ela falava sobre o poder de satanás de causar danos nas vidas das pessoas. Ela chegou a citar a explanação que o pastor fez sobre como as pessoas "autorizam" os  demônios a agirem nas vidas das outras.
     Muito bem. E eu estava ouvindo, analisando e só conseguia pensar nessa justificativa "mística" para os maus atos. Em relação às coisas boas, por elas, apenas Deus é o responsável. Outra justificativa "mística". Daí comecei a me perguntar: 'Quanto é que, de fato, as pessoas são as responsáveis por seus atos?'
     Depois de um tempo pensando e analisando todas essas falas, crenças, essas justificativas "místicas" para o bem e para o mal, não consigo mais crer na existência de alguma(s) entidade(s) que se sinta(m) responsável(is) ou tenha(m) alguma função de nos fazer bem ou mal. Teorias de predestinação, carma, reencarnação, não são mais aceitáveis para mim sob o ponto-de-vista de responderem questionamentos do porque as coisas dão certo ou errado.
     Eu compreendo e respeito o conforto que essas crenças dão às pessoas. Particularmente, penso que essas crenças às aliviam de ter que lidar com o peso das circunstâncias da vida. Não é fácil perceber e ter que lidar com os fatos de que somos sim, responsáveis  pelas circunstâncias de nossas vidas. A sensação de prazer produzida pelo poder de decisão nesse aspecto pode ser atrativa inicialmente e depois, culminar em um estresse não gerenciável. Por outro lado, lidar e aceitar o fato de que existe não apenas uma dependência, mas também uma contribuição a partir dos atos produzidos por pessoas próximas ou estranhas em nossas vidas, nos tira a possibilidade de escolha e nos deixa a mercê dos eventos alheios. Essa é outra questão real e difícil de digerir.
     Não me aborre e não me incomoda em que ou no que as pessoas escolhem acreditar. O que ainda custo a tolerar é que essas mesmas pessoas que descobriram algo que julgam ser verdadeiro, mantenham a ignóbil postura de impôr suas crenças aos outros. Não faço esforço algum, nem tive ou tenho o propósito de explanar sobre meu ateísmo com os outros. Mas gostaria que me aliviassem do porre e encheção de saco que é ouvir, não sobre como satanás agiu destruindo a vida de alguém, de como Jesus Cristo ou Deus ajudou/ajuda outrem a superar problemas pessoais ou financeiros. O que me incomoda sobremaneira é a extenuante tentativa de me convencerem que Deus existem sim, assim como o Diabo e que eu devo crer nisso, aceitar Jesus e seguir os mandamentos para ser feliz e claro, mais importante de tudo, ser salva e entrar no reino dos céus. Já o fiz e isso trouxe muita infelicidade em minha vida. Não quero mais professar isso. Não comungo dessas ideias. Por fim, peço apenas que, por gentileza, respeitem isso. E não esqueçam de desligar a luz e fechar a porta ao sair.


sexta-feira, 5 de julho de 2013

Natal e ano novo... pensamentos, idéias e ideais!*

Estava eu pensando esses dias todos em alguma coisa pra postar sobre essa época do ano... o tempo de confraternização. De repente encontro um texto no orkut do Pablo Neruda que me lembrou de uma pessoa... e hoje, acabei conversando com essa mesma pessoa pelo messenger. O texto do Pablo, fala do que vivenciei com esse alguém. E o papo que tive com essa pessoa foi sobre essa época do ano e todas as coisas que estava afim de escrever mas que não me ocorreu inspiração suficiente para tal.
SAUDADE
Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca, é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam, é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:"aquela que nunca amou."
E esse é o maior dos sofrimentos:"não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver. O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido..."
O papo...

Eu:
Boa tarde.. então, finalmente uma foto! Isso é incrível!

Alguém diz:
Pois eh! Finalmente tenho um micro meu. Boa tarde.
Eu:
Feliz Natal e feliz ano novo.
Alguém diz:
Obrigado! Mas acho que esqueceu que nao os comemoro.

Eu:
E essa loucura com a crise dos aviões
Alguém diz:
Sim, verdade!

Eu:
É uma formalidade...

Alguém diz:
Entendo!
Eu:
Quase automático se desejar coisas boas nessa época.

Alguém diz:
Entendo! Como vc ja sabe acho que eh uma das epocas mais hipocritas que as pessoas vivem. Elas deve fazer isto o ano todo, nao somente alguns dias.
Eu diz:
Pelo menos fazem isso em algum período do ano. Se estabelece uma trégua. E por que não aproveitar isso?
Se não fazem isso o ano todo, penso que 'ainda bem que fazem em algum período do ano'

Alguém diz:
Sei nao! Bem, faz parte.

Eu:
Talvez você esteja pensando no sentido capitalista. O tal 'espírito' de perdoar e ser perdoado se desvirtuou. Vários interesses...
"Homem primata, capitalismo selvagem"

Alguém diz:
Sim, triste, mas real! Entao, por que manter a hipocresia?

Eu:
Para, talvez, no mínimo ser 'sociável'. Com essa falta de 'hipocrisia', os relacionamentos seriam mais acirrados... Já é difícil se relacionar com hipocrisia, pior ainda sem, quando se necessita de algum serviço ou atividade do outro. Quando não se precisa, aí passa a ser algo fútil... falso e mascarado sem motivo aparente.

Alguém diz:
Sim, seria mais facil se todos fossem honesto, se nao com os outros, pelo menos consigo,

Eu:
Independente de ser sincero consigo ou não...
Se não tivesse essa 'trégua hipócrita' em algum período do ano, a coisa seria mais difícil.
A honestidade consigo mesmo depende não só de amadurecimento, mas do caráter... aí são outros quinhentos...

Alguém diz:
Entao estamos realmente vivendo tempos bem tristes.

Eu:
Sempre foram tristes... sempre serão... depende da perspectiva! Se deseja dar enfoque no aspecto ruim. É opção sua e apenas sua. Eu prefiro observar sob outro aspecto...

Alguém diz:
Entendo! Fico feliz em ver que aprendeu a ver as coisas com este aspecto.
Muito bom para vc ver as coisas assim. Como sabe sou mais cetico. Coisa que vc deixou de ser.
pelo menos na maneira negativa da mesma.
Eu:
O mundo gira 24 horas por dia... estamos em constante processo de evolução e negar isso é estagnar.. Estagnar no tempo, nas idéias, nos sonhos, nos desejos, na vida, nas experiências...

Alguém diz:
Nossa, impressionado!
Otimo ver que anda lendo coisas construtivas.

Eu diz:
Não ando lendo.. aprendi.
Tudo de bom pra você...
Preciso ir...

Alguém diz:
oK! para vc tambem!


*Texto escrito em Dezembro de 2006

Perfeição

4 de julho de 2013, às 22h, na volta para casa, estava pensando sobre a perfeição. Idealizamos tantas coisas e nos decepcionamos porque no mundo real, não há espaço para a perfeição. Parece que a perfeição encontra seu lugar na utopia, no mundo etéreo. 
Estranho essa motivação nossa, do ser humano em ansiar por transpor para esse mundo real algum tipo de réplica exata desse mundo etéreo, virtual...
No mundo real, nada é perfeito. Há defeitos, há falhas. As pessoas falham. E essas falham revelam a fragilidade do ser. A susceptibilidade do indivíduo e atesta sua não perfeição.
As falhas nos ensinam (seria esse o propósito?) a reavaliar nossos comportamentos e atitudes e não deixa de ser uma fonte de aprendizado.
Existem diversos meios, métodos para promover o aprendizado, o amadurecimento e fortalecimento do indivíduo frente a aspectos sociais, familiares, psicológicos...
Nós, seres humanos elaboramos diversos métodos para promover o ensino. 
Mas eu me pergunto: E a vida? Essa vida que nos ensina a todo momento, essa grande mestra... Alguém já se deteve a pensar em como a vida pode nos ensinar a aprender melhor?
E sobre esse aprendizado com a vida, eu também me pergunto: Por que o mecanismo de dor, sofrimento é utilizado para o ensino? Por que, um ser humano, sob determinadas condições e contextos, precisa submeter-se a experiências produtoras de dores abismais para, de fato, "aprender"?

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Outro papo brochante no messenger...


Depois de mais de um ano sem postar, eis essa "pérola"




O otário says:
como vai?
Eu:
Vou bem melhor qe qualquer mendigo. E você?
O otário says:
melhor q qualquer enfermeira q aplica vaselina em crianca
Eu:
Enfermeira é a profissional graduada.
Técnica de enfermagem é um profissional com curso profissionalizante com duração de 2 anos
O otário says:
ta ta... vc entendeu
Eu:
confundir um engenheiro civil com um técnico de edificações mostra apenas ignorância por parte de quem descnhece as distinções entre os cargos e responsabilidades atribuídos ao ofício
O otário says:
ta... eu sou ignorante
Eu:
Agora não mais.
Cuidado quando se reportar falando de uma técnica de enfermagem a chamando de enfermeira, tá, 'docinho'?
O otário says:
ta bom
terei esse cuidado



sexta-feira, 23 de outubro de 2009

"Lê-lê, lê-lê, lê-lê, lê-lê, lê-lê... Vida de negro é difícil, é difícil como quê!"

"Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê
Vida de negro é difícil, é difícil como o quê
Vida de negro é difícil, é difícil como o quê
Eu quero morrer de noite na tocaia a me matar
Eu quero morrer de açoitese tu, negra, me deixar
Vida de negro é difícil é difícil como o quê
Vida de negro é difícil, é difícil como o quê
Meu amor, eu vou me embora nessa terra vou morrer
Um dia não vou mais ver nunca mais eu vou viver
Vida de negro é difícil, é difícil como o quê
Vida de negro é difícil, é difícil como o quê
Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê"


"Vida de Negro"
Dorival Caymmi
Trilha sonora da novela "Escrava Isaura"






Definitivamente, essa é a música tema da Enfermagem. E fico espantada como tenho colegas que parecem não enxergar isso.
Ontem fui até uma escola técnica para buscar um programa de disciplina que me convidaram para ministrar. Chegando lá, encontro dois colegas que estudaram comigo no curso superior. Um deles, que batizarei aqui de, "Quebra-queixo", passou por uma situação que me fez pensar e repensar determinadas posturas e comportamentos.
Pois bem, desde a graduação, "Quebra-queixo" sempre foi ultra debochado... E., claro, sempre me diverti com ele. Ontem, apesar dos poucos minutos de contato, percebi que não modificou essa peculiar característica... Aliás, penso até que ela foi reforçada.
Enquanto aguardava para conversar com a senhorita "Lady Gaga", percebi um pequeno tumulto.. parecia que os alunos de uma turma estavam se rebelando... E "Lady Gaga", saiu imediatamente em busca de meios para controlar os danos...
Estava a observar aquilo, quando percebi que as funcionárias estavam se divertindo com a senhorita "Lady Gaga" em polvorosa. Quando, ela chegou até a porta da sala e pediu para que "Quebra- queixo" a acompanhasse e que a funcionária procurasse a caderneta da turma. A professora não apareceu para dar aula e a turma tinha mesmo se rebelado!
Pois bem, quando voltou, "Quebra-queixo", fazendo lá a cara dele de 'pouco caso', e se perguntando como iria dar uma aula sem ter se preparado (o que não deixa de ser muito complicado), se espreguiçava enquanto a funcionária procurava a caderneta para entregar a ele. Nisso, ele solta uma pérola...
"Ai, ai... O Pelourinho foi erguido às custas de muita chicotada... Meus antepassados todos levaram muitas chicotadas, filha... Agora chegou minha vez de descansar!"
Na hora, mal contive o riso... A espontaneidade foi tamanha e o ar da graça da frase foi excepcional. No entanto, questão de um minuto e meio, "Lady Gaga" surge e 'carinhosamente' fala pra a funcionária entregar logo a caderneta e completa dizendo:
"Não agüento com tanta lesma!"
O clima ficou pesado... pelo menos ao meu ver... e lá foi "Quebra-queixo", encarar a turma de rebelados...
"Lady Gaga" adentrou o recinto tal qual um carro de bombeiros pra atender uma chamada... e logo veio tratar comigo. Instantes depois, "Quebra-queixo" surge na porta e questiona a "Lady Gaga":
"É pra assumir a turma, é?"
Foi a conta d'água... "Lady Gaga" virou-se e aos berros no mais alto, e certamente em um som não tom bom, gritou a plenos pulmões:
"É pra assumir, sim! Agora saia da minha frente e não saia mais daquela sala de jeito nenhum!Não saia mais da sala!"
Ao ver essa explosão, confesso que fiquei preocupada... foi muito desrespeitoso, ao meu ver, o tratamento que ambas as partes deram a questão.
Em seguida, "Lady Gaga" deve ter observado alguma expressão que não consegui disfarçar e logo me pediu desculpas.
Pois bem, saí de lá e a única coisa que me veio à cabeça foi a seguinte:
Bobagem nossa pensar que a escravidão foi extinta... Em verdade, foi ela substituída por mecanismos mais eficazes de controle e não mais existe uma seleção de 'cor' para seu exercício. Essa suposta 'liberdade' que imaginamos ter não passa de uma distração, para deixarmos de notar que ainda se dá muita 'chibatada' por aí, tal qual recebeu meu caro colega, "Quebra-queixo", quando atreveu-se sair da sala para saber se assumiria ou não a turma rebelde...
Pobre rapaz!


quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Da relação dos ovos com o comportamento alheio...













Sobre os ovos... interessante! Agora você deve estar se perguntando: "Que diabo de título é esse? O que tem a ver ovos e o comportamento das pessoas?"

Posso afirmar inicialmente, que os ovos que tratarei aqui, não são os cobiçados ovos de páscoa... nem de pata... nem de avestruz. Mas sim, aqueles ovos comuns, da própria galinha.



Ontem pela manhã, quando tomava café com minha tia paterna, foi exibida uma reportagem sobre a conservação dos ovos, o local onde deve ser acondicionado na geladeira. Quem orientava era o famoso Doutor Bactéria, que ficou conhecido por todo o país pelas matérias que produziu no Fantástico.

Roberto Figueiredo - Biomédico
Pois lá, lá estava o Doutor bactéria orientando que os ovos devem ser retirados da porta da geladeira por causa das grandes variações de temperatura, o que aumenta muito as chances desse produto estragar.
Lá vou eu, falar com minha santa tia e reforçar o que foi dito, repetindo que os ovos deveriam ser guardados na parte interna da geladeira, quando ela mesma olha para mim e de maneira bem peculiar, exprime sua digníssima idéia:

"Oxe, eu vou é continuar colocando os ovos na porta mesmo! Ali é que é o lugar certo. Pra que é que você acha que eles colocam aquelas prateleiras? Pra colocar o ovo ali!"

Diante dessa argumentação, eu tentei contra-argumentar (porque eu sou brasileira, profissional de saúde e não desisto nunca!) sem sucesso. Lembrei imediatamente do código de ética, no capítulo que menciona as penalidades no caso do profissional incorrer em imperícia, imprudência e negligência.

De acordo com o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, que particularmente eu gosto deveras, traz as seguintes definições para os termos...

s. f.
1. Falta de perícia.
2. Incompetência.
3. Inexperiência.

Ou seja... O profissional que não tem habilidade ou técnica para realizar determinado procedimento e causa algum dano em decorrência disso, poderá responder legalmente. Se estiver enganada, por gentileza, me corrijam.

s. f.
1. Falta de prudência.
2. Acto!Ato ou dito imprudente; indiscrição.

Ou seja... O profissional que, por exemplo, tenha conhecimento da realização de determinado procedimento e o realiza sem as devidas precauções, no caso de resultar em prejuízo para o indivíduo submetido poderá responder legalmente.

s. f.
1. Qualidade de negligente.
2. Incúria, falta de diligência, desleixo.
3. Falta de atenções, menospreço.

Pois bem, neste caso, o profissional que não leva em consideração algum dado, alguma informação, tendo o conhecimento do mesmo e ainda assim faça alguma abordagem que resulte em prejuízo para o indivíduo poderá responder legalmente.

A esta altura você estar se perguntando: "Tá, e o que tem a ver uma coisa com a outra?". Bem, minha santa tia não é profissional de saúde. Todavia, a postura dela é um exemplo que caracteriza muito bem a condição definida acima como "negligência".

O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa define o termo 'ignorar' do seguinte modo:

v. tr.
1. Não saber; não ter conhecimento de.
2. Pop. Estranhar; reparar em.

No momento em que minha santa tia foi 'exposta' a reportagem na televisão e tomou conhecimento acerca do local adequado para se conservar os tais ovos, na geladeira, a idéia, ou melhor, o intuito era a de que a condição dela (e de milhares de outras pessoas) evoluísse de 'ignorante' para uma mais 'consciente'.
No caso, minha santa tia migrou quase que instantaneamente para a de 'negligente'. Há de se levar em conta que existem questões culturais que inevitavelmente influenciam nosso comportamento, nossa tomada de decisões, nosso caráter.
Pois bem, finalizando essa narrativa, eu acredito ser importante conservar um certa 'flexibilidade' de idéias, pensamentos, crenças. Parece-me que os indivíduos cristalizam idéias, pensamentos, crenças na mesma velocidade que seus músculos e articulações tornam-se inflexíveis.
Por hoje é só!

P.S.: Encontrei no blog Baby Sol - segurança alimentar e nutrição infantil algumas recomendações a respeito de como lidar com ovos que estão descritas a seguir...


"Dica 1: sempre que se partem ovos, deve ter-se o cuidado de partir para uma tacinha à parte e só depois incorporar na mistura final. Se sai um estragado, todo o resto não fica comprometido!


Dica 2: para avaliar a frescura dos ovos que vamos cozinhar, nada mais fácil de que colocar dentro de um recipiente com água. Só os que ficarem no fundo devem ser aproveitados! À medida que envelhece, o ovo vai perdendo humidade que compensa pela absorção de ar. Por isso, bóia.


Dica 3: os ovos devem sempre ser guardados no interior do frigorífico e não na porta (salvo se tiver tampa) porque não devem ser expostos a variações de temperatura mais sentidas nesta zona! Gotículas de condensação que facilmente se formam na casca podem ser um potencial veículo das bactérias. Esta é a fundamental regra porque os ovos, alvo de forte impacto alimentar, nunca são refrigerados nas zonas comerciais! Boa?
Moral da história: devem sempre ser bem frescos, devem sofrer a menor variação possível de temperatura e serem bem cozinhados."


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Mais um bate-papo no messenger... Uma câmera fotográfica!








Click, click, click.


12 de Outubro de 2009

- Segunda-feira -









Depois de tanto tempo sem publicar... Estava no messenger, quando entra uma figurinha por quem tenho um grande carinho, e de repente, começamos a teclar...

O papo foi muito engraçado e não pude deixar de postar aqui....
Deliciem-se!




"A vítima" diz:
FELIZ DIA DAS CRIANÇAS! '..

Eu:
Obrigada... Para você também!
Ganhou muitos presentes?

"A vítima" diz:
:(
deixa eu contar...
NENHUM

Eu:
Que peninha... já vi qu enão se comportou..
"A vítima" diz:
kkkkkkkkk
pelo visto vc ganhou muitos hein!

Eu:
Ganhei uma foto!
=]
Na verdade esotu doida pra comprar uma câmera fotográfica.

"A vítima" diz:
digital né?
Eu:
Claro.

"A vítima" diz:
levei a minha p o trabalho novinha em folha, só pq é antiga quase me botaram p fora do estabelecimento

Eu:
???
Que horror!
Qual é sua Cãmera?

"A vítima" diz:
a antiga...
de colocar filme p revelar depois

Eu:
TEm modelo?
Rsrsrsrsrs

"A vítima" diz:
rsrs
como assim
nome?

Eu:
sim.. modelo e marca!
"A vítima" diz:
TRON
Eu:
VIIIIIXIxxxxxxxeeee
KKKKKkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Uma prateada?
Meia dourada?
Não posso rir,,,,
Minah barriga está toda dolorida"!
KKKKKKKKKkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
"A vítima" diz:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
pq a esculhambação????????
foi presente de minha mãe
ta novinha!!!!
Eu:
Só responda se é uma meia dourada prateada que precisa girar com o dedinho pra passar o filme e tirar outra foto...
É dessas?
"A vítima" diz:
é...
Eu:
É ou não é?
KKKKKKKKKKKKKKKkkkkkkkkk
"A vítima" diz:
éééé
iiiiiiiiiiiii
Eu:
Sua mãe comprou num BAZAR!!!!!!!
"A vítima" diz:
todas as antigas são assim!!!!
NADA!!!

Eu:
Vixe... eu tive uma dessas!
KKKKKKKKKKKKkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

"A vítima" diz:
comprou num shopping em itapuã
ahhhhhhhhhhhhhhhh
Eu :
Comprou no BAZAR!
"A vítima" diz:
BESTA
Eu:
Comprou num BAZAR em Itapuã....
KKKKKKKKKKkkkkkkkkkkkkkkk
Eu tive uma dessas!

"A vítima" diz:
teve nada...TEM!
ta com VERGONHA de dizer
pois a minha está novinha minha filha- quer comprar não?
rsrs
Eu:
Que nada.. já passei pra frente.. e tenho quase certeza que é essa que está em sua mão!
KKKKKKKKKKKKKKKKKKkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

"A vítima" diz:
Ô POVO ESCULHAMBADO!!!
TÔ DE MAL!!!!
Eu:
KKKKKKKKkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
TRon!
"A vítima" diz:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Eu:
KKKKKKKKKKKKKKKKkkkkkkkkkkkk
"A vítima" diz:
num tô guentando!!!!
Eu:
Minha barriga está doendo tanto!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

"A vítima" diz:
claro - tu é besta!

Eu:
MInha filha, eu sou tão engraçada, que me divirto comigo mesma!
KKKKKKKKkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Vou contar uma historinha para você....
"A vítima" diz:
aff mas é boba
conta conta

Eu:
Numa noite chuvosa...
obsservando o cachorrinho brincar com o sapato...
você percebe um clarão!..

"A vítima" diz:
...

Eu:
Inicialmente você pensa ser um trovão... mas falta o som...
quando se vira....
Percebe Ana, com uma máquina fotográfica analógica... e ela mostra toda orgulhosa.. "Essa é minha TRON!"
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkKKKKKK

"A vítima" diz:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
tem o q fazer não é CARLA???
Eu:
Já esotu fazendo...
RINDO PRA CARALHO!
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

"A vítima" diz:
acho q Vou me mijar!!!!
minha mãe ta aqui dizendo q sou abestalhada
rindo sozinha
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Eu:
Tadinha.... nem sabe que a super detetive já solucionou o caso e resolveu o mistério...
Ela deve estar toda afundada no sofá pensando...
"Ai, essa boba deve estar toda contente com a câmera que comprei no BAZAR e que foi uma pechincha... apneas R$ 2,99"
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Rapaz, vou colocar essa conversa no meu blog!
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKkkkk
"A vítima" diz:
VAI À MERDA CARLA!
kkkkkk
vc não é nem doida
ai ai
Vou vender essa porra!
hum, dá até medo qdo para de falar assim...ta fazendo alguma besteira...
Eu:
Besteiras só faço na madrugada....
no horário da sessão coruja.. sacou?
KKKKKKKKKKKKKKKkkkkkkkkkk
"A vítima" diz:
é a única hora em q vc está acordadda
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Eu:
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKkkkkk
"A vítima" diz:
coisa feia

Eu:
A melhor hora.. silêncio absoluto...




*************************************************


Click, click, click...